sábado, 14 de julho de 2012

Atalanta Fugiens



    A mulher mais veloz do mundo é minha filha, Atalanta! — dizia sempre Esqueneu, o rei de Ciros, orgulhoso. Sua filha, por sua vez, não fazia nada para desmentir tais palavras. Desde menina que a esbelta Atalanta já corria velozmente pelos campos. Porém, também corria uma lenda a respeito desse hábito. — que nela parecia mais uma obsessão — e que dizia o seguinte: quando a jovem nascera, fora profetizado que ela jamais deveria se casar, pois o casamento seria a sua ruína. Levado por este temor, seu pai a ensinou desde cedo a se esquivar de qualquer pretendente, pois desde a infância que os pedidos de casamento se acumulavam diante do trono:
— Minha filha, lembre-se de que você jamais deverá se casar — dizia-lhe sempre seu pai, quando a via inclinada a aceitar os elogios de alguém amante mais afoito.
Atalanta acabou gostando do hábito de se esquivar, de tal forma que sentia mais prazer em fugir do que conversando com seus pretendentes. Tendo se colocado sob a proteção de Artemis, a jovem isolou-se no campo, em caçadas com suas companheiras. Mas os pedidos continuavam cada vez mais, e com tanta insistência, que um dia ela disse ao pai:
— Pai, não agüento mais essa perseguição dia e noite! Preciso afastar esse bando de impertinentes.
O rei concordou e arranjou um meio de afastá-los: todo homem que quisesse receber a mão de sua filha teria de vencê-la em urna corrida de vida ou morte. Aquele que perdesse, porém, seria inevitavelmente morto.
— Isto os fará pensar duas vezes antes de entrar na disputa — disse o rei. Atalanta ficou encantada com a idéia, pois tinha certeza de que ninguém conseguiria ser mais veloz do que ela. Ficou marcada, assim, uma corrida para o mês seguinte.
Apesar da ameaça que pairava sobre a cabeça dos concorrentes, apresentou-se uma quantidade imensa deles, de tal modo que o rei chegou a pensar em suspender a disputa.
— Não se preocupe, pai, eu vencerei todos eles! — disse Atalanta, confiante. No dia marcado, apresentaram-se homens de todos os tipos. Mais um pouco, e surgiu o alvo de todas as atenções: Atalanta, cuja beleza nunca estivera tão evidente. Seus cabelos estavam presos num gracioso penteado ao alto da cabeça. Vestida com um levíssimo traje de linho, ela achou melhor despi-lo, para ter seus movimentos facilitados. Mas ao despir-se, fez também com que mais uma centena de concorrentes se inscrevessem às pressas, aglomerando-se entre os demais na linha de partida.
Aquilo começava a tomar as perigosas proporções de um suicídio coletivo. — Isto será um verdadeiro massacre, alteza! Disse um assessor do rei, temeroso das conseqüências.
— Ótimo — replicou o monarca. — Servirá de lição aos futuros pretendentes.
Enquanto isto se passava nas tribunas, Atalanta, separada dos concorrentes, passava um óleo por todo o corpo. Seus seios e curvas brilhavam ao sol, e a jovem parecia recém-emergida das águas. Suas formas eram atléticas o bastante para lembrar o corpo de um homem e suficientemente femininas para afastar tai idéia. Os másculos de suas pernas luziam, fremindo como as coxas de um puro sangue, enquanto seus pés, flexionados, tinham a perfeição dos pés de uma estátua prestes a saltar do pedestal. Quando a jovem se abaixou para esfregar o Óleo nas canelas, um suspiro de admiração percorreu toda a assistência: seus seios, apesar de volumosos, permaneciam firmes e sólidos, enquanto as nádegas fremiam no retesar vibrante dos músculos. Atalanta lançou, então, um olhar aprovativo para o rei, na tribuna.
Finalmente, soou o Sinai para a partida. No mesmo instante Atalanta partiu, lançando seu pé direito para a frente num salto que lembrava o da mais ágil gazeia. Os homens, amontoando-se na pressa de serem os primeiros, tropeçavam uns sobre os outros, caindo num bolo humano logo na saída. Parecia que um monstro masculino formara-se no solo, com dezenas de cabeças, membros, braços e pernas.
Dentre os juízes, contudo, havia um jovem ambicioso, chamado Meleagro, que mais que qualquer outro parecia acompanhar a competição em um estado de animo próximo do êxtase. Desde que Atalanta despira-se, ele não pôde mais desgrudar os olhos daquela magnífica mulher “Essa mulher será minha!”, pensava Meleagro, enquanto torcia pela vitória de Atalanta e, conseqüentemente, pela morte de todos os seus adversários.
Atalanta já ganhara a dianteira; seu corpo movia-se com a perfeição elástica de um felino. Os pé nus batendo sobre a areia levantavam um fino vapor, como se pelo atrito fossem incendiar o solo. Os seios rijos da princesa sacudiam, mas sem comprometer a leveza dos movimentos. Seu rosto, incendiado por duas manchas vermelhas, abrasava-se, enquanto da boca escapava um sopro forte e ritmado. Mas a nada disso os concorrentes — sempre atrás de Atalanta — puderam ver. Enxergaram apenas as suas costas, o que, por certo, não era espetáculo menos digno e empolgante: os ossos de suas omoplatas moviam-se alternadamente, ao ritmo dos braços, produzindo um movimento perfeito da musculatura dorsal. As nádegas não balançavam, mas fremiam, absorvendo o impacto das vigorosas passadas.
Os adversários já estavam reduzidos a apenas meia dúzia de concorrentes que, de longe, não ameaçavam a moça. Mesmo o mais veloz nunca esteve a menos de cem metros dela, que dava-se ao luxo de virar-se para observar os rivais. Quando Atalanta cruzou a linha de chegada, um sorriso brilhava nos seus lábios entreabertos. Os infelizes, derrotados, foram imediatamente reunidos para o sacrifício.
 — Pai, proponho que, no lugar de serem sacrificados, sejam estes homens privados da sua virilidade! — disse Atalanta, mostrando-se mais cruel em sua aparente piedade do que se tivesse autorizado a morte de todos.
— Assim, ao menos, deixarão de me incomodar.
O povo, no entanto, viu-se presenteado com o espetáculo das execuções, do qual desfrutou com imenso assombro e prazer, enquanto a causadora do holocausto retirava-se, aborrecida peio vulgarismo do sangue. Contudo, Meleagro — cuja decisão não fora afetada pelo funesto resultado da competição — continuava determinado a conquistar Atalanta. Pulou da tribuna e caiu aos pés da bela corredora e futura adversária:
— Lindíssima Atalanta, permita que eu a desafie para uma disputa, somente eu e você! — disse Meleagro, com os olhos erguidos e ofuscados pelo olhar surpreso da moça.
— Vocé... ?! — disse Atalanta, surpresa. — Não teme se unir àqueles desgraçados? — A única coisa que temo é não ter você ao meu lado — exclamou o rapaz.
— Muito bem, belo e audacioso jovem, marque o dia e a hora — disse a moça, retirando-se para lavar o suor e o óleo de seu corpo. Meleagro, à medida que via a data do confronto se aproximar, começava, no entanto, a inquietar-se. Talvez tivesse sido imprudente ao se lançar a um desafio sem ter um trunfo nas mãos. Na véspera da disputa, temeroso de perder a sua amada, ele foi ao templo de Afrodite pedir proteção. A deusa do amor, lisonjeada com o pedido e desejosa de abater aquela moça que parecia fazer pouco dos seus dons, disse ao desesperado pretendente: — Aqui, ao lado do templo, há um pomar consagrado a mim; vá até Ia e colha três maçãs douradas que pendem de seus galhos. Instruiu-o na maneira de usar os frutos durante a competição, e o rapaz saiu, mais confiante.
No dia seguinte, postaram-se ambos — Atalanta e Meleagro — para a disputa, o que atraiu nova multidão ao campo do confronto. Atalanta, bela e radiante, estava lado a lado com seu oponente, que preferiu correr vestido com um pequeno manto — em cujos bolsos levava as três maçãs. Tão logo o rei deu o Sinai para a partida, Atalanta arremessou-se outra vez para a frente, nua e ágil como uma leoa. Hipornene, não menos empolgado, também lançou-se com toda a vontade. O jovem parecia ser o primeiro rival a altura da veloz moça. Por alguns instantes esteve emparelhado com Atalanta, roçando a sua pele nos membros ágeis daquela mulher e sentindo em seu rosto o hálito intenso e perfumado da adversária.
Tão entusiasmante era esse combustível, que Meleagro não precisaria sequer das suas maçãs para chegar no mínimo empatado com ela. Atalanta, percebendo a proximidade, apertou o passo e logo deixou para trás o desafiante. Meleagro, vendo que suas forças não seriam o bastante para dobrar a rival, decidiu recorrer ao artifício de Afrodite. Pegou do bolso uma das maçãs douradas, esfregou-a no manto e lançou-a longe, de tal modo que o fruto caiu um pouco adiante dos pés de Atalanta. A moça, vendo aquele objeto dourado rolar aos seus pés, parou para ver o que era. Ajoelhando-se, recolheu o fruto, admirada de seu brilho e beleza, enquanto Meleagro aproveitava sua distração para ultrapassá-la.
Entretanto, percebendo que o rapaz a deixava para trás, Atalanta retornou a corrida e num instante ganhou vantagem sobre o adversário. Meleagro, outra vez, recorreu ao mesmo expediente. Atalanta, apesar de já ter sido enganada uma vez, não pôde deixar de recolher novamente o belo e precioso fruto. De posse dele, retomou sua carreira, ultrapassando com facilidade Meleagro. Agora ela já estava a dez passos da linha de chegada. Meleagro teve de calcular bem o seu último disparo. Com extrema perícia, arremessou o último fruto dourado, que foi cair a apenas alguns metros da linha de chegada. Atalanta, calculando que teria tempo de juntar a maçã e ainda chegar a frente de seu adversário, abaixou-se para junta-lo. — E agora ou nunca! — esbravejou o rapaz, colocando toda a sua força num último arremesso.
Enquanto Atalanta erguia-se, sentiu passar-lhe pelo rosto um vento veloz. Em seguida um grito de espanto ecoou ao seu redor. Meleagro transpusera a linha de chegada e vencera a corrida! Atalanta, abatida, deu-se finalmente por vencida. O casamento foi marcado, e embora a jovem se mostrasse decepcionada com o resultado do desafio, não estava de todo desgostosa com as núpcias. Meleagro era um belo rapaz — e também inteligente, o que ela apreciava mais do que tudo em um homem. Os dois casaram-se e tiveram a oportunidade de disputar ainda, reservadamente, muitas outras corridas, das quais ela se saía sempre vencedora. Cada vez mais se acendia o ardor entre os dois amantes, até chegar ao ponto de fazê-los descuidar-se de suas obrigações para com os deuses. Meleagro, num descuido imperdoável, esqueceu de agradecer a Afrodite pela vitória. Irada, a deusa do amor decidiu punir marido e mulher, fazendo com que profanassem o templo de Réia, deusa da fertilidade e da terra, ao fazer ali os exercícios prescritos por Afrodite. A divindade, encolerizada com o desrespeito, puniu imediatamente os dois amantes, transformando Meleagro num leão e Atalanta numa Ieoa e colocando-os a puxar o seu belo carro.

sábado, 30 de julho de 2011

... o ser dentro de mim...


"Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem – pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela – apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. O seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que o cavalo não tem nome. Basta chama-lo e acerta-se logo com o nome. Ou não se acerta, mas uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: as pessoas enganam-se e pensam que são elas mesmas que estão a relinchar de prazer ou de cólera, as pessoas assustam-se com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez."

in adaptação de “uma aprendizagem ou o livro dos prazeres de Clarice Lispector

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Voltei!!!



Caminhei, caminhei, caminhei...

... Voltei para o mesmo lugar.


Na verdade dei voltas sem sair de mim.



terça-feira, 19 de abril de 2011

Será este o cantinho das declarações? Não... mas abro espaço...


O Nosso Livro


Livro do meu amor, do teu amor,

Livro do nosso amor, do nosso peito...

Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,

Como se fossem pétalas de flor.

Olha que eu outro já não sei compor

Mais santamente triste, mais perfeito

Não esfolhes os lírios com que é feito

Que outros não tenho em meu jardim de dor!

Livro de mais ninguém!

Só meu! Só teu!

Num sorriso tu dizes e digo eu:

Versos só nossos mas que lindos sois!

Ah, meu Amor!

Mas quanta, quanta gente

Dirá, fechando o livro docemente:

"Versos só nossos, só de nós os dois!..."


Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

...

Era para ser apenas meu cantinho, ou a continuação daquelas coleções de poemas, imagens e músicas, que na adolescência fazíamos em nossos "cadernos de recordações", guardados no fundo do baú para não serem violados por pais curiosos e irmãos zombeteiros.


Nem sei quando começou a ser espaço de íntimas revelações... Daquelas da nossa face oculta, que por muito tempo na vida, passamos a esconder até mesmo de nós.


Agora... nem sei mais. Vai ganhando outras formas...

sábado, 9 de abril de 2011

A viagem do “Eu” no “Novo Mundo”

Depois de um ano aventurando/me pelas possibilidades de novas descobertas sobre o mundo e a própria vida, hoje sinto a necessidade de reflexões mais serenas e conscientes.

Com pausa nas lamúrias imaturas, por não ter todos os meus desejos atendidos como por encanto, é à hora de ver o saldo positivo do aprendizado deste caminho desconhecido, até aqui trilhado. Graças à iniciativa de evitar o medo no processo de sociabilização, valiosos foram os exercícios praticados.

Algumas impressões errôneas foram desfeitas, apesar da profunda tristeza sentida pela injustiça do comportamento equivocado, que não sai da prática de corações endurecidos. Que sejam evitadas novas generalizações precipitadas.

Uma grande quantidade de preconceito foi quebrada, apesar da amarga decepção sentida pela dureza da estupidez humana, que não abandona seres ignorantes. Que sejam evitadas novas classificações sem conhecimento.

É prazeroso contemplar o lindo desnudar da própria natureza. Aqui a viagem é difícil, mas a paisagem que surge, é muito mais bonita. A grande floresta escura e insondável do “Eu”, começou a ser cuidadosamente percorrida, com o avanço em reconhecer/me também no “outro”.

Meu universo interior ganhou novos espaços com lindas clareiras, onde hoje paro para descansar, enquanto aprecio as flores que brotam com a luz, que ali se faz presente. Que sejam contínuos os esforços do desbravar.

O caminho que falta para percorrer ainda será muito longo. Provavelmente nunca termine. Que assim seja.

Os próximos desafios serão enormes, mas a satisfação de ter avançado sobre as limitações é um grande tesouro conquistado. Que seja sempre visto como a mais doce e valiosa recompensa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Revendo o sentido da "coisa irrespondida"


"Pergunto-te onde se acha a minha vida.

Em que dia fui eu. Que hora existiu

formada de uma verdade minha bem possuída

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.

E a quem é que pergunto? Em quem penso,

iludida por esperanças hereditárias?

E de cada pergunta minha vai nascendo a sombra imensa

que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença de ti,

de mim, da coisa perguntada,

do silêncio da coisa irrespondida”.


. Cecilia Meireles .

domingo, 3 de abril de 2011

Agradeço pela paciência de reinventar/me constantemente

"Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada.


Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos.


Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos.


Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.


Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre.


Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso.


Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha.


Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria."


(Marla de Queiroz)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Silêncio...

Ficará uma lacuna... um silêncio... Aquela que um dia aqui registrou, já não é mais a mesma. Libertou/se

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Estabilidade X Liberdade




"Homens, flores, rancores, amores.
Você foi a bela adormecida, é a donzela decaída.
Sonhos, tolos, confundiram sua mente.
Até que ponto isso tudo
Pode te deixar doente
Você ainda é tão jovem...

... Estamos sofrendo, dessas doenças de alma.
Estamos amando em meio a uma grande guerra
Dançamos a valsa no meio da rua
Seguimos uivando pra rainha, a lua.

O sete é um numero místico, é um numero cíclico.
Dizem que de sete em sete pazes
Todas as coisas se transformam
Eu aguardo a mudança
Eu quero paz mental, estabilidade.
Por outro lado este amor me sugere liberdade"



As Doenças Da Alma
Júpiter Maçã

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Construindo-me, precisamente. "



Ninguém Se Conhece a Si Mesmo


Julga que se conhece, se não se construir de algum modo?

E julga que eu posso conhecê-lo, se não o construir à minha maneira?

E julga que me pode conhecer, se não me construir à sua maneira?

Só podemos conhecer aquilo a que conseguimos dar forma.

Mas que conhecimento pode ser esse?

Não será essa forma a própria coisa?

Sim, tanto para mim como para si; mas não da mesma maneira para mim e para si: isso é tão verdade que eu não me reconheço na forma que você me dá, nem você se reconhece na forma que eu lhe dou; e a mesma coisa não é igual para todos e mesmo para cada um de nós pode mudar constantemente. E, contudo, não há outra realidade fora desta, a não ser na forma momentânea que conseguimos dar a nós mesmos, aos outros e às coisas.

A realidade que eu tenho para si está na forma que você me dá; mas é realidade para si, não é para mim. E, para mim mesmo, eu não tenho outra realidade senão na forma que consigo dar a mim próprio.

Como?

Construindo-me, precisamente.


Luigi Pirandello, in "Um, Ninguém e Cem Mil"

domingo, 30 de janeiro de 2011

Alguém Me Disse...

"Disseram-me que as nossas vidas não valem grande coisa,
Elas passam em instantes como murcham as rosas.
Disseram-me que o tempo que desliza é um bastardo
Que das nossas tristezas ele faz seus investimentos
...
Disseram-me que o destino debocha de nós
Que não nos dá nada e nos promete tudo
Faz parecer que a felicidade está ao alcance das mãos,
Então a gente estende a mão e se descobre louco"
Composição: Carla Bruni / Léos Carax

Quelqu'un m'a dit

domingo, 16 de janeiro de 2011

Perdoados serão os teus remotos instintos súbitos, desde que me sirvas eternamente de teu mel

Elegia a uma pequena borboleta


Como chegavas do casulo,
— inacabada seda viva —
tuas antenas — fios soltos
da trama de que eras tecida,
e teus olhos, dois grãos da noite
de onde o teu mistério surgia,

como caíste sobre o mundo
inábil, na manhã tão clara,
sem mãe, sem guia, sem conselho,
e rolavas por uma escada
como papel, penugem, poeira,
com mais sonho e silêncio que asas,

minha mão tosca te agarrou
com uma dura, inocente culpa,
e é cinza de lua teu corpo,
meus dedos, sua sepultura.
Já desfeita e ainda palpitante,
expiras sem noção nenhuma.

Ó bordado do véu do dia,
transparente anêmona aérea!
não leves meu rosto contigo:
leva o pranto que te celebra,
no olho precário em que te acabas,
meu remorso ajoelhado leva!

Choro a tua forma violada,
miraculosa, alva, divina,
criatura de pólen, de aragem,
diáfana pétala da vida!
Choro ter pesado em teu corpo
que no estame não pesaria.

Choro esta humana insuficiência:
— a confusão dos nossos olhos
— o selvagem peso do gesto,
— cegueira — ignorância — remotos
instintos súbitos — violências
que o sonho e a graça prostram mortos

Pudesse a etéreos paraísos
ascender teu leve fantasma,
e meu coração penitente
ser a rosa desabrochada
para servir-te mel e aroma,
por toda a eternidade escrava!

E as lágrimas que por ti choro
fossem o orvalho desses campos,
— os espelhos que refletissem
— vôo e silêncio — os teus encantos,
com a ternura humilde e o remorso
dos meus desacertos humanos!




De: MEIRELES, Cecília. “Retrato natural”. In: Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Procurando se encontrar...


"Às vezes me sinto perdida,
não sei que rumo tomar,
são entraves que sempre encontro
ao longo do caminhar.
não sei se ando ou se paro,
não sei se grito se calo.
não sei se ignoro ou se atendo,
se protesto ou se defendo.
não sei se afasto ou se abraço,
não sei se construo se desfaço.
meio perdida na confusão do mundo,
meio perdida na confusão de mim ,
meio perdida na confusão de tudo ,
meio perdida na confusão sem fim."
Procurando encontrar...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Para 2011...


... escolho o desejo de não sofrer.


Procuro-te

Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa, os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.

Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

... a fim de te lembrar


"Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Tu és responsável pela rosa..."


"- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."


O PRINCIPEZINHO - LE PETIT PRINCE - SAINT EXUPERY

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Buscando o equilíbrio

Quando voltei da praia, estava chovendo. Foi a primeira vez que andei de bicicleta na chuva. E foi uma sensação muito boa, porque estava muuuito calor.

Como a chuva era forte, rapidinho molhou toda minha roupa que ficou grudada ao corpo.
Corpo quente, chuva fria... no calor. Hummm... uma delícia.
Quanto mais molhada a roupa, mais gostoso ficava. E eu super feliz... Passando por ruas tranquilas, e trechos da ciclovia onde não havia ninguém, fui pedalando de boca aberta e língua de fora para matar a sede com os pingos d`água... Gostoso isso também.

Com as sensações misturadas e a alegria da liberdade, fiz uma coisa que sempre tive vontade... Soltar as mãos.
Eu nem tenho equilíbrio, mas a chuva forte, parecia que me segurava na bicicleta. A roupa molhada me agarrava dando proteção ao corpo... Então fui tentando soltar aos poucos... Dominando a ansiedade, enfrentando o medo... Desafiando a minha coragem.
Refleti sobre a necessidade de um "amigo", que se estivesse por perto, torcendo por minhas superações e sorrindo para mim, eu poderia soltar-me sem medos, fortalecida por compartilhar minhas conquistas e confiando que se por acaso eu caísse, teria alguém especial para cuidar de mim. rs




domingo, 19 de dezembro de 2010

Amores de Vênus



A chegada de Vênus vi@ Universo Natural

"A vida deveria ser como uma obra de arte, onde a alma é o artista, a personalidade a argila. Através da ação energética de suas mãos, de sua força, a alma deveria moldar a argila à sua imagem e semelhança para que pudesse surgir à consciência de todos os homens. A alma é o verdadeiro Anjo, o Filho da Luz, do Sagrado e do Divino."

A DIFÍCIL ARTE DE VIVER - Henrique Rosa

O Sr do Universo


De que mesmo és composto?
Seria apenas o teu núcleo denso, carregado por elementos bem mais que pesados?
Tua atmosfera, tuas diversas faixas... latitudes...
Tuas turbulências e tempestades...
Brilhas tanto... Mas ainda há o Sol, a Lua e a "Deusa do Amor", que curiosamente é tua filha, e possui magnitude absoluta. Apesar de imaginares que seja só aparente, uma simples capacidade em refletir brilho, assim como tantas outras estrelas nesta constelação.
Tua Vênus é capaz de lançar sombras... estar presente noite e dia.
E Ainda que de densa atmosfera, é a tua "menina", a Estrela do Pastor.

... em órbita.

Porque tem dores, que nunca chegam ao fim...


Príncipe:

Era de noite quando eu bati à tua porta
e na escuridão da tua casa tu vieste abrir
e não me conheceste.
Era de noite
são mil e umas
as noites em que bato à tua porta
e tu vens abrir
e não me reconheces
porque eu jamais bato à tua porta.
Contudo
quando eu batia à tua porta
e tu vieste abrir
os teus olhos de repente
viram-me
pela primeira vez
como sempre de cada vez é a primeira
a derradeira
instância do momento de eu surgir
e tu veres-me.
Era de noite quando eu bati à tua porta
e tu vieste abrir
e viste-me
como um náufrago sussurrando qualquer coisa
que ninguém compreendeu.
Mas era de noite
e por isso
tu soubeste que era eu
e vieste abrir-te
na escuridão da tua casa.
Ah era de noite
e de súbito tudo era apenas
lábios pálpebras intumescências
cobrindo o corpo de flutuantes volteios
de palpitações trémulas adejando pelo rosto.
Beijava os teus olhos por dentro
beijava os teus olhos pensados
beijava-te pensando
e estendia a mão sobre o meu pensamento
corria para ti
minha praia jamais alcançada
impossibilidade desejada
de apenas poder pensar-te.

São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me

Ana Hatherly, in "Um Calculador de Improbabilidades"

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Desejo...

... para todos e principalmente para mim:

"Que uma seiva como a da alfazema, a luz do Sol, a beleza das flores e o canto dos pássaros, o amor bem feito, sejam os seus vizinhos, convidados a entrar todos os dias em sua morada, por menor que seja o espaço dela, ou sendo apenas o seu próprio corpo, sem teto, sem terra, sem lenço, sem documento. Anárquico, mas com as janelas abertas. Para que nenhuma clausura se justifique, a não ser na sua renovação, na meditação, e na procura por trilhas." Marli Gonçalves

Ainda na clausura medito... Renovando, aprendendo e crescendo... No amor e na dor.

A película do orgulho

Porque não são apenas os kms que separam as pessoas...
Barreira ou proteçao?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Greensleeves

Ai, infelizmente, meu amor, você me faz mal
Me descarta indelicadamente
Pelo longo poço de amor que eu tive por você
Deliciosamente em sua companhia

(...) era toda a minha alegria
(...) era todo o meu deleite
(...) era o meu coração de ouro
E quem menos do que a meu Senhor?
Suas promessas você as tem quebrado, como o meu coração
Oh, por quê você me arrebatou então?
Agora eu permaneço em um mundo separado
Mas meu coração perdura em cativeiro

Eu estive na sua mão
Para ascender absolutamente tudo que você implorasse
Eu tenho ambas apostas de vida e terra
Seu amor e proveito - era para se ter

Se você tenciona consequentemente você desdenha
Isso faz com que eu me arrebate mais
E ainda assim, eu permaneço
Uma amante em cativeiro

Meus homens eram vestidos por completo em verde
E eles esperaram em Ti
E todo esse explêndido era para ser visto
E ainda assim tu não me amas

Tu não poderias desejar coisas mundanas
Mas ainda assim, tu não estavas preparado
Tua música ainda é tocada e cantada
E tu ainda não me amas

Bem eu vou rezar bem alto a Deus
Que tu, meu constante que não posso vê-lo
E que ainda que eu um dia antes que eu morra
Tu (venhas) e garante me amar

Ah, (Meu Amor) agora despeço, adeus
A Deus eu rezo, prosperar-te
Pelo que eu sou tua verdadeira amante
Venha mais uma vez e me ame

Blackmore`s Nigth

Gostaria Que Você Estivesse Aqui...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Buscando...



"Em Alguma parte, alguma vez, houve uma Flor, uma Pedra, um Cristal; uma Rainha, um Rei, um Palácio; um Amado e uma Amada, há muito tempo, no Mar, numa Ilha, há cinco mil anos... É o Amor, é a Flor Mística da Alma, é o Centro, é o Si-Mesmo... Ninguém entende isso, a não ser alguns poetas, somente eles me compreenderão..."

Carl Jung

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mas se você quiser... Nestes dias que pouco sei de mim...

Pedra, Flor, Espinho - Barão Vermelho
Composição: Frejat / Fernando Magalhães / Dulce Quental

Hoje, eu não quero ver o sol
vou prá noite, tudo vai rolar
O meu coração é só um desejo de prazer
Não quer flor, não quer saber de espinho
Mas se você quiser tudo pode acontecer no caminho
Mas se você quiser sou pedra, flor, espinho

Automóveis piscam os seus faróis
Sexo nas esquinas, violentas paixões
Não me diga não, não me diga o que fazer
Não me fale, não me fale de você (Fale de você, fale de você)
Mas se você quiser, eu bebo o seu vinho
Mas se você quiser sou pedra, flor e espinho

Eu quero te ter
Não me venha falar de medo
Não me diga não
Olhos negros, olhos negros

Eu quero ver você
Ser o seu maior brinquedo
Te satisfazer
Olhos negros, olhos negros

Olhos que procuram em silêncio
Ver nas coisas, cores irreais
O seu instinto, é o meu desejo mais puro
Esse seu ar obscuro
Meu objeto de prazer
Mas se você quiser, eu bebo o seu vinho
Mas se você quiser sou pedra, flor, espinho

Eu quero te ter
Não me venha falar de medo
Não de me diga não
Olhos negros, olhos negros
Eu quero ver você
Ser o seu maior brinquedo
Te satisfazer
Olhos negros, olhos negros

sábado, 4 de dezembro de 2010

Saudade!


Essa palavra tão doce, de tanta suavidade, que me faz chorar de dor quando a murmuro: é saudade!



Florbela Espanca

Nada tenho... mas penso em Ti


Não tenho para ti quotidiano
mais que a polpa seca ou vento grosso,
ter existido e existir ainda,
querer a mais a mola que tu sejas,
saber que te conheço e vai chegar
a mão rasa de lona para amar.

Não tenho braço livre mais que olhar
para ele, e o que faz que tu não queiras.
Tenho um tremido leito em vala aberta,
olhos maduros, cartas e certezas.

Neste comboio longo, surdo e quente,
vou lá ao fundo, marco o Ocupado.
Penso em ti, meu amor, em qualquer lado.
Batem-me à porta e digo que está gente.

Pedro Tamen, in "Daniel na Cova dos Leões"




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"A gente se fere nos espinhos das rosas. Mas é só quando gostamos de rosas."



A gente se fere nos espinhos das rosas. Sim. Se chegamos sem jeito, apenas querendo arrancar a flor para enfeitar nossa sala e satisfazer nosso ego, tomando posse de algo tão belo e delicado, esquecendo que ela é "vida", e manifesta... Como tal, requer cuidados. Nos ferimos nos espinhos, das rosas qdo fingimos desconhecer a sua verdadeira natureza, ignorando suas particularidades. Até existem outras flores... há uma variedade de aromas e cores, assim como plantas ornamentais. Mas se gostamos mesmo de rosas, e queremos cultivá-las, é necessário conhecer o que é necessário para essa espécie florir e não definhar. Para nossa "rosa" se realizar no seu ideal de ser "rosa", temos que preparar o solo, escolher a incidência luz, adubar e regar. Se abandonarmos qquer espécie viva sem cuidados, elas ficam sucetíveis a vários males, que qdo não tratados a tempo, levam a "morte"... lenta e dolorosa.

Mas é só quando gostamos de rosas. Se gostamos e queremos ter rosas, precisamos ter tempo e paciência para estudar e conhecer o que é próprio para o cultivo de rosas. Do contrário, devemos nos contentar com as colorida e simpática Impanties walleriana, conhecida popularmente como "maria-sem-vergonha". Essa sim... nasce e dá em qqer lugar, infesta, vira uma praga... Mas tem sua beleza. Independente do que pretendemos cultivar em nosso jardim, para florir, perfumar e encantar com beleza nossa casa, devemos lembrar que quase todas as espécies requerem cuidados. Eu gosto de jardinagem. Tenho estudado sobre o assunto. Também faço algumas experiência de cultivo e a maior lição que recebi da prática, foi ter paciência. Tudo tem seu tempo. A "vida", obedece ciclos que acompanham seu desenvolvimento, as estações do ano, hora do dia e outros detalhes. Além de sua singularidade e característica de adaptação ao ambiente ideal, é necessário respeitar a natureza das "coisas". Se pretendemos introduzir uma espécie em um novo ambiente, precisamos fortalecê-la no seu processo de adaptação, com cuidados diários. Só assim teremos sucesso... Com o tempo, é possível contemplar o manifestar de nossos esforços, somado ao que é próprio a beleza natural de cada "coisa".

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sentimentos - Nem sempre entendo... Por isso reflito.

Reflexões sobre o AMOR

Definitivamente não dá par ser muito racional no amor.
Amor é emoção pura e forte, que quando livre, nos envolve, até confunde... Mas também satisfaz e transforma. Ajuda a crescer.
Que fará a razão transitando neste terreno tão insondável, imprevisível e cheio de possibilidades? Fica perdida. Não sabe as respostas. Racionalizando, erra. Coloca tudo a perder.
Amor tem que ser livre, para poder crescer e moldar-se de acordo com a realidade das experiências que se vive ou pretende-se viver.
Coisa perigosa mesmo é a PAIXÃO. Uma louca alucinada querendo tomar “algo” para si. Precisa inundar-se daquilo que deseja para saciar uma sede desesperada (sabendo que vai morrer afogada).
Mas não dá para crescer no amor morno. E nem viver na paixão descontrolada.
Terá dose certa para algo tão sublime, que pensadores e poetas ainda não conseguiram definir em toda sua magnitude?
Só sei que amar distante é sofrer. E não menciono espaço. Analiso envolvimento.
Amor se constrói na vivência, ainda que os desejos do corpo fiquem em segundo plano. Afinal, amor é “coisa” da alma.
Amor só nasce e cresce no terreno da verdade, do respeito e na simplicidade.
Não há amor sem confiança. Não há amor sem antes o pacto silencioso de partilhar sorrisos e lágrimas com sincera amizade.
Nada sei sobre o amor... Mas acredito, respeito e valorizo a AMIZADE
.

Contemplando em poemas, versos e rimas, aquilo que a boca cala e o coração finge esquecer

Poema: Meu Amor que te Foste sem te Ver - Agostinho da Silva

Meu amor que te foste sem te ver
que de mim te perdeste sem te amar
quem sabe se outra vida tu vais ter
ou se tudo se perde sem voltar

ou se é dentro de mim que tem de haver
tanta força no meu imaginar
que o poeta que é Deus o vá reter
e te dê vida e faça regressar

para de novo o sonho desfazer
num contínuo surgir e retornar
ao nada que dá ser ao que é querer
ao fado que só dá para se dar

por tudo estou amor e merecer
o que venha para eu te relembrar
só adorando o nada pretender
só vogando nas águas de aceitar.

Agostinho da Silva

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Saciar a minha sede... Milhões de vezes

Tentação vi@ O Citador

"Eu não resistirei à tentação,
não quero que de mim possas perder-te,
que só na fonte fria da razão
renasça a minha sede de beber-te.
Eu não resistirei à tentação
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que só assalta quem diz não,
um corpo que entrevi na selva escura.
Resistirei a te chamar paixão,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas não resistirei à tentação
de te dizer que o céu é o que rasa
a luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda não mais vi."
Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"

segunda-feira, 29 de novembro de 2010



“não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. não sei sentir em doses homeopáticas. preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. não sei brincar e ser café com leite. só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. porque eu acho sempre muitas coisas — porque tenho uma mente fértil e delirante — e porque posso achar errado — e ter que me desculpar — e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que “nada é para sempre”.


(gabriel garcia marquez)

domingo, 28 de novembro de 2010

Se tu viesses ver-me... Florbela


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Minhas Deusas - Inspiram e fortalecem



PERSÉFONE - Deusa das profundezas


Na mitologia, a jovem Core, filha da deusa Demétria, é raptada por Hades, deus dos infernos. Imersa na escuridão, come três grãos de romã, o símbolo da imortalidade. Rompendo o jejum, se vincula ao mundo subterrâneo. Sua mãe, inconformada com a falta da filha, negocia a libertação e consegue que ela viva seis meses na superfície e seis meses na profundeza. E Core renasce como Perséfone. Em harmonia, a Perséfone moderna segue a intuição. Não se deixa enganar pelas aparências e atribui significados espirituais a tudo. Reza por si mesma e pelo equilíbrio do planeta. Em desarmonia, se enche de medos e vê presságios ruins ao redor. Foge da vida, achando tudo fútil.
Na mitologia grega depois também ficou conhecida como a rainha do mundo infernal, ela ficava vigiando as almas e sabia os segredos das trevas.
A deusa da agricultura sempre se preocupava apenas em colher flores, mas foi crescendo e com isso sua beleza foi encantando a todos.
Uma Romã, o fruto do casamento. Como a deusa tinha comido os grãos, não podia deixar mais seu marido, foi então que Perséfone passava um período com sua mãe e outro com seu marido, e se torna a sombria Proserpina. Deste momento em diante, a cada vez que ela estava com seu marido virava inverno na terra, e quando estava no Olimpo com sua mãe se tornava novamente uma adolescente e chegava a primavera, o verde da natureza fazia brotar muitas flores e frutos. E mesmo sendo uma relação muito complicada, vive com muito amor com seu marido Hades.
Em sua fragilidade, percebe-se o anseio por afeição e intimidade profunda. Esta mulher é envolta por uma aura de mistérios. O seu mundo é paranormal, mas ela se sente atraída pelos ensinamentos da metafísica mais do que pelas ciências naturais convencionais. Tão poderosa é a autoridade do materialismo científico de nossa sociedade que esta mulher é considerada excêntrica .






ÁRTEMIS - Deusa da liberdade e da natureza


Na mitologia grega, ela é a mais liberta das filhas de Zeus. Passava seu tempo perambulando pelas florestas. Hábil arqueira, era parceira de seu irmão Apolo em inúmeras caçadas. A mulher moderna em sintonia com essa deusa é livre, independente e aventureira. Sua principal característica é a constante solidão - fonte de prazer e tristeza ao mesmo tempo. Em harmonia, os aspectos despertados por Ártemis levam você a manter o corpo saudável por meio de exercícios e alimentação natural. Se tiver filhos, cultiva neles o senso de liberdade. Seu projeto de vida costuma ser morar no campo e ter uma pequena horta de subsistência. Em desarmonia, pode se tornar anti-social e se isolar demais, não permitindo que os homens se aproximem.
Ártemis conhecida pelos romanos como Diana, era a Deusa da caça e da Lua, como Deusa da Lua ela é conhecida com portadora da luz, como deusa da caça, das crias e dos animais não domesticados.Enquanto deusa da caça e da lua Ártemis era a personificação do espirito feminino independente.O arquétipo que ela representa possibilita a uma mulher procurar seus próprios objetivos num terreno de sua própria escolha.Como deusa virgem Ártemis era imune a apaixonar-se, não foi raptada nem violentada como Perséfone e Deméter e nunca foi metade de um par marido e mulher.Como arquétipo da deusa virgem, Ártemis representa um sentido de integridade, uma em si mesma, ou seja, uma atitude "sei cuidar de mim mesma" que permite a mulher agir por conta própria.A mulher Ártemis é prática, atlética, aventureira. Aprecia a cultura física, a solidão, a vida ao ar livre e os animais. Dedica-se à proteção do meio ambiente, aos estilos de vida alternativos e às comunidades de mulheres.Artemis não se destaca muito no mundo moderno. A cidade não é "sua praia". Quando ela é encontrada no meio urbano, ela é tímida, reservada.
A chaga de Artemis envolve a solidão a que é relegada. Seu amor à liberdade a tornam difícil de ser aceita como mãe, esposa ou profissional, estilos que pertencem a Deméter, a Hera e Atena. Na verdade ela tem repúdio por valores e formas adotadas pela sociedade convencional.A mulher-Artemis tende a escolher ser totalmente reclusa e muito solitária.
#
Que Deusa existe em você?
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domingo, 14 de novembro de 2010

Sigo o meu destino

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Fernando Pessoa /Ricardo Reis, 1-7-1916

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Depois de uma decepção, ainda quero voar...



Ainda quero voar...



"Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta.
Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sei e sinto... Amo sem razão de amar.

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 6 de novembro de 2010

Vôo de Primavera

O tardio despertar do que imaginou ser sua “Nova Primavera”,
Chegou incontrolável com um impulso desatinado.
O que se pensava um ato desesperado pela busca da liberdade,
Nada mais era que um premeditado vôo de descobertas.
Organizado como crime perfeito, trouxe satisfação
Até mesmo na pouca compreensão dos protagonistas.
No contar das horas foi só coração, transbordando ansiedade e alegria.
Independente do tempo que durasse ou espaço que viesse ocupar.
Mesmo com suspeitas da sua insignificante condição tão instável e quase inconveniente,
inevitável seria não esperar a desilusão das não manifestas surpresas,
No íntimo.. tão desejadas...
Não houve noite, tudo foi espera do momento ao próximo dia.
No próximo, no próximo... Todos os dias...
Sem chão, sem asas, sem despedidas, sem sonhos, sem volta.

domingo, 17 de outubro de 2010

SONHO IMPOSSÍVEL (The Impossible Dream)



Sonhar mais um sonho impossível
Lutar, quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar, quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo, cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão


Composição: Joe Darion e Mitch Leigh
Versão: Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu Gurudev

http://letras.terra.com.br/krishna-das/931776/

Eu ofereço estas flores de minha fé em seus pés

O que quer que eu tenho, você deu-me, e eu dedico-lhea toda.

Eu não tenho nenhum amor,

nem eu conheço-o verdadeiramente.

Eu não tenho mesmo a força para adorá-lo,

Mas esta mente de meus, este corpo de meus,

meu cada átomo é-lhe dedicado.

Você é único em meu coração e em meus pensamentos.

Você é a pessoa a que eu chamo.

Faça-me agora seu instrumento

Tudo que eu sou é-lhe dedicado.

My sweet lord / Meu Doce Senhor - George Harrison (Legendado)

Meu doce Senhor
Hm, meu Senhor
Hm, meu Senhor
Eu realmente quero vê-lo
Realmente quero estar com Você
Realmente quero vê-lo, Senhor
Mas isto vai levar muito tempo, meu Senhor

Meu doce Senhor
Hm, meu Senhor
Hm, meu Senhor


Eu realmente quero conhecê-lo
Realmente quero ir com o Senhor
Realmente quero acompanhá-lo, Senhor
Mas isto não vai levar muito tempo, meu Senhor

Meu doce Senhor
Hm, meu Senhor
Meu doce Senhor
Realmente quero vê-lo
Realmente quero vê-lo
Realmente quero vê-lo, Senhor
Realmente quero vê-lo, Senhor
Mas isto vai demorar muito, meu Senhor


Meu doce Senhor
Hm, meu Senhor
Meu, meu, meu Senhor
Eu realmente quero conhecê-lo
Realmente quero ir com o Senhor
Realmente quero mostrar-te, Senhor
Mas isto não vai demorar muito, meu Senhor


Meu doce Senhor
Meu, meu, meu Senhor

Pensamento/Reflexão

As Influências no Estado de Espírito

Agora estou disposto a fazer tudo, agora a nada fazer; o que me é um prazer neste momento em alguma outra vez me será um esforço. Acontecem em mim mil agitações desarrazoadas e acidentais. Ou o humor melancólico me domina, ou o colérico; e, com a sua autoridade pessoal, neste momento a tristeza predomina em mim, neste momento a alegria. Quando pego em livros, terei captado em determinada passagem qualidades excelentes e que terão tocado a minha alma; quando uma outra vez volto a deparar com ela, por mais que a vire e revire, por mais que a dobre e apalpe, é para mim uma massa desconhecida e informe. Mesmo nos meus escritos nem sempre reencontro o sentido do meu pensamento anterior: não sei o que quis dizer, e amiúde me esfalfo corrigindo e dando-lhe um novo sentido, por haver perdido o primeiro, que valia mais. Não faço mais que ir e vir: o meu julgamento nem sempre caminha para a frente; ele flutua, vagueia, Como um barquinho frágil surpreendido no vasto mar por uma tempestade violenta (Catulo)
Michel de Montaigne, in 'Ensaios'

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Poema

Foto: Walmir Piva

A mulher tem duas almas,
uma que chora, outra que ri:
a que ri chora sempre,
a que chora morre em todo entardecer,
quando a vida entardece.

Tem duas almas: uma que esquece,
outra que foge sempre das igrejas
mas entre anjos permanece.


A mulher tem duas faces,
a que se mostra, a que se esconde:
na que se mostra ela se cala,
depois se guarda escondida
no retrato de uma sala.

Tem duas almas:
uma que fere, outra que é ferida,
a que se corta não se vê na que se fere,
a preferida.


A mulher tem duas primaveras:
a que nasce sempre nas árvores
e a que lembra esquecimentos,
a que silencia o ser ausente,
a que floresce pressentimentos.

Tem duas vidas:
a que vive e adormece
e a que, adormecida,
na sua alma a vida tece.



Poeta- Álvaro Alves de Faria

terça-feira, 28 de setembro de 2010



"Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é"

Fernando Pessoa

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Confiança Audaz

"Há um momento na aprendizagem de cada homem em que este chega à convicção de que a inveja é ignorância; que a imitação é suicídio; que ele tem que se tomar a ele próprio tanto para melhor, tanto para pior, como a sua parcela; que embora o universo esteja cheio de coisas boas, nenhuma semente de milho nutritiva chegará a ele senão através da labuta que ele ofereça nesse lote de terreno que lhe foi dado para cultivar. O poder que reside nele é novo na natureza, e nenhum outro senão ele sabe o que é que pode fazer, e não o saberá até que o tente.
Não é por nada que uma cara, um caráter, um fato, causa muito impressão nele, e outros não têm qualquer efeito. Esta escultura na memória não existe sem uma harmonia pré-estabelecida.(...)
Nós apenas nos exprimimos pela metade, e temos vergonha da ideia divina que cada um de nós representa.
Podemos ser de confiança e de motivações boas e proporcionais, e darmo-nos fielmente, mas Deus não terá o seu trabalho mais manifesto feito por covardes.
Um homem está seguro e tranquilo quando coloca todo o coração no seu trabalho ou outra atividade e faz o seu melhor de acordo consigo próprio; mas o que ele diz ou faz de outra maneira, não lhe dará nenhuma paz. É uma entrega que não rende nada. Na tentativa o seu génio abandona-o; nenhuma musa o ajuda; nenhuma invenção, nenhuma esperança. Confia em ti próprio: todo o coração vibra a essa corda de ferro."

Ralph Waldo Emerson, in 'A Confiança em Si Mesmo'

domingo, 19 de setembro de 2010

Gêmeos - O signo


O símbolo de gêmeos indica a inquietação,
a curiosidade, a inconstância.
Signo que simboliza a dualidade.
Primeiro signo do elemento ar,
representa a inteligência,
a comunicação, as conexões mentais,
o movimento e o relacionamento
com o meio circundante.
A regência de Mercúrio simboliza
a busca do entendimento mental
e o desejo de liberdade
de expressão e movimento.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Geminiana



Eu sou Geminiana... As geminianas


"Em vários aspectos permanece uma eterna criança. Sua mente é brilhante, alerta, curiosa, flexível, trabalhadora e sempre ávida por novas experiências. Sua facilidade de aprender é geralmente bastante grande. Abraça e retém idéias rapidamente. Uma vez que sua curiosidade inicial é satisfeita, logo já quer colocar outra em pauta. Muito simpática, geralmente seu humor é bom, apesar de não levar muito a sério as coisas. Ainda que anseie por envolvimentos emocionais, é difícil consegui-los, porque..." (isso é segredo) "...Seu aspecto alegre e feliz, sua criatividade e habilidade em articular palavras e comunicabilidade fluente inspiram e atraem pessoas. Tem uma mente ingênua e tende a oferecer sempre uma visão muito clara e límpida de suas perspectivas. Seus defeitos são:..." (Isso não... Melhor nem comentar)


O Signo de Gêmeos


"Gêmeos representa a jovialidade da mente que tem ânsia de aprender e descobrir. Uma curiosidade natural na descoberta da diversidade do Mundo e do ambiente que o rodeia. Neste signo o enfoque é essencialmente mental, ao nível da descoberta no pensamento, do assimilar e distribuir tudo o que se possa apreender.

Um dos maiores dons nos Gémeos é o enorme potencial para a transmissão / comunicação de ideias. Assim é possível existir uma habilidade intelectual inata para analisar e organizar, quer a um nível concreto como abstracto.

Gémeos apresenta um carácter duplo e uma certa ligeireza. O plano mental é a tónica neste signo de ar, mas num plano muitas vezes ambivalente e ambíguo.

Gêmeos, com suas asas nos pés e seu espírito curioso, segue pela vida como uma borboleta, levando e trazendo o pólen q irá fertilizar"

domingo, 12 de setembro de 2010

Hoje me encontrei em Bandeira

CHAMA E FUMO

Amor - chama, e, depois, fumaça...
Medita no que vais fazer:
O fumo vem, a chama passa...

Gozo cruel, ventura escassa,
Dono do meu e do teu ser,
Amor - chama, e, depois, fumaça...

Tanto ele queima! e, por desgraça,
Queimado o que melhor houver,
O fumo vem, a chama passa...

Paixão puríssima ou devassa,
Triste ou feliz, pena ou prazer,
Amor - chama, e, depois, fumaça...

A cada par que a aurora enlaça,
Como é pungente o entardecer!
O fumo vem, a chama passa...

Antes, todo ele é gosto e graça.
Amor, fogueira linda a arder!
Amor - chama, e, depois, fumaça...

Porquanto, mal se satisfaça
(Como te poderei dizer?...),
O fumo vem, a chama passa...

A chama queima. O fumo embaça.
Tão triste que é! Mas... tem de ser...
Amor?... - chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...


Teresópolis, 1911

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais um dia...


Quando o cansaço do dia chegou deixando exausto meu corpo
Sumiu meu sorriso ingênuo e apaixonado
Junto ao silêncio da madrugada que tomou conta do meu coração
Sussurrou em meus pensamentos a voz traiçoeira da insegurança
Questionando se me queres, medo e saudade pesaram
A água morna do banho que aliviou as dores do corpo cansado
Misturadas as lágrimas lavaram minha alma
Mais uma vez entregue estou

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quem Sabe um Dia

Quem Sabe um Dia

Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois

Mário Quintana

Dê_ Desejo de Mulher



Depois de tantos anos adormecida...

Despertou sem regras... só instinto.

Que me julgue quem não for verdadeiramente humano e não souber o que é um desejo de mulher.

Gosto de falar de AFETO.



"Afeto ou Afetividade é a relação de carinho ou cuidado que se tem em relação ao que é exterior... É o estado psicológico que permite ao ser humano demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser ou objetos. Pode também ser considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem características sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais aprofundada."
E... Tudo que envolve a harmonia, a consideração, o respeito, o bem-querer... Acho que é onde nós (Seres Humanos) nos diferenciamos em muitas situações.
Eu quero ser sempre uma pessoa cheia de afeto. Cada vez mais.... Para com tudo e para com todos.
Quero afeto em silêncio, lembranças e sonhos...
Quero afeto em palavras, olhares e gestos.
Quero me inundar de afeto.
Mergulhar na afetividade compartilhada com/em amizade, fraternidade e carinho.
Por isso... Entrego meu coração.

Quando ainda tinha medo... pensava.





Não te afastes de mim caso eu me esconda amedrontada.

Não uso de mentiras, mas não posso expor as luzes o que sinto.

Prefiro optar por aquele amor platônico, distante, silencioso e suspirante...

Secreto, seguro, surreal... Intenso, devastador e íntimo...

Protejo, te protejo... Protejo meus sentimentos, algumas idéias e muitos desejos.

Projeto na alma aquilo a que o corpo não pode entregar-se.

Assim... Vivencio no profundo.

AS "Coisas" do instinto...

Alimentado o desejo subconsciente, vou viver ardentemente qualquer emoção proibida.

Quem disse que não pode? O subconsciente não se importa com isso.

Não é ruim, delicioso pecado... Não machuca ninguém.

A mim pouco importa a dor que vou guardar... Talvez me fascine o sofrer por desejo.

Assim... Eu posso me punir por estes momentos, onde em pensamento sou tão "despudorada, insolente e obscena!" Maldita e abcecada.

Talvez meu prazer esteja na maior dor que eu puder suportar...
Dor de nunca saber se é sonho ou real.

Então me purifico imaculada e na minha pele não haverá marca alguma que depois terei que explicar em cárcere.
Morro com meus medos, mas posso eternizar-me nos desejos...

... Secretos...!!!

Só preciso do amor


Pelo sentimento de abandono que me envolvia naquele momento, só consegui imaginar a partir das emoções que me tomavam... bem fora da realidade.

Por instantes sonhei com o que minha alma ansiava, sentindo o envolvimento dos meus pensamentos com sonhos e medos.

Transportada para aquele momento, procurei buscar os meus desejos escondidos...

Eu me aninharia nos teus braços e você demoradamente acariciaria meus cabelos sem me perguntar nada... em silêncio... Só me deixando chorar o tanto que eu preciso.

Você sufocaria as minhas lágrimas, me provando que o prazer pode ser maior que qualquer dor na alma.

Eu me entregaria para você sem medo, deixando que explorasse meu corpo... Deixaria você se sentir meu dono de verdade, na responsabilidade de cuidar de mim. Assim, seria o meu protetor.

Você poderia me deixar deitada por dias, me alimentaria na cama e estaria lá de hora em hora para provar que um homem pode fazer uma mulher ter prazer até a exaustão absoluta.

No decorrer do dia me daria banhos carinhosos e me trataria como se eu fosse um bebê que precisasse da sua ajuda e proteção.

Durante a noite, depois de me fazer repousar confiante e segura, me acordaria na madrugada como sua escrava, cobrando em dobro toda atenção que dispensou. Não haveria mais sutilezas e ponderações, só a exigência de quem manda e não aceita o não.

Me confundindo, atormentando...

Quando eu estivesse vivendo entre o sonho e a realidade, quase sem sentidos de tamanha paixão, me amaria novamente como se eu fosse a doce princesa dos contos de fada, onde o príncipe trata a sua amada com cortesia e amor.

E só para eu não esquecer quem sou eu e quem é você, por fim me trataria como uma santa que transcende e ilumina, ou uma puta que se arrasta suplicando atenção.

Mas me salvaria das dores, dos medos, das lágrimas e do falso pudor, para provar que o que realmente importa é o desejo da alma, a força na vida, a coragem e o amor.

Na confusão de amor e paixão eu me completaria fantasiando em delírios constante, sem saber nada sobre a verdade, mas teria a certeza.

A dúvida consome... e eu só preciso do amor

Indagações... Mensagem para um amigo...

O "SER" e/ou o "indivíduo social". (Março/2010)


Tenho pensado muito a respeito não só do sentido da vida, mas da missão de cada ser... tanto com relação ao outro, como para si mesmo.

Se somos únicos e cada um tem seu próprio caminho no exercício de sua evolução, por natureza, temos quer ser livres... Livre para duvidar, questionar, optar e até mesmo experimentar e aprender... que pode ser o objetivo final. Não é pela experiência que aprendemos?

Sei que o “homem” é um ser social, mas também questiono os modelos de relacionamentos padronizados na nossa sociedade.

Falando de uma relação a dois, eu acredito que o ciúmes, tem raiz na idéia de posse, que é fruto do egoísmo. Isso me parece uma limitação do ser humano e que precisa ser superada.

Sendo assim, tal atitude dentro de uma relação é no mínimo imatura, fruto também da insegurança e precisa ser trabalhada... talvez até anular.

Com relação à natureza humana, não posso desconsiderar nossos impulsos naturais, nosso lado instintivo. Claro que aprendemos a sublimar boa parte deles, os mais agressivos, mas alguns são ainda responsáveis por nos dar a sensação de estarmos plenamente vivos e sermos felizes... isto para mim está intimamente ligado com a idéia de prazer. Prazer ao meu ver, que pode ser ou é o fruto da satisfação de um desejo.

Eu sou mulher, já passei por várias fases.... muitas descompassadas, fora do período considerado normal, se é que alguém sabe oq é normal.

Hoje minha fase é a descoberta da minha sexualidade e não deixa de estar ligada a descoberta do “novo”.

A conquista e a sedução é parte da minha alma feminina, tão sensível e romântica, que chego a viver em constante fantasia... e agora, o desejo tomou conta do meu corpo e da minha razão. Não estou conseguindo controlar, se é que isso é necessário.

Se sou um ser que precisa de liberdade para viver e evoluir por meio das experiências, como conciliar esta fase com um relacionamento nos moldes tradicionais?

Como buscar o prazer que necessito sem provocar o ciúmes egoísta dentro de um relacionamento estável?

Como buscar tais descobertas sem afrontar alguns valores sociais tão defendidos por hipócritas moralistas.

O que é mais importante... o Ser indivíduo realizado, pleno, consciente e feliz ou o Ser social mascarado, reprimido que segue falsamente todos os padrões?

É necessário fazer estas escolhas?

Realmente tem que ser uma coisa ou outra?

domingo, 18 de julho de 2010




Ao teu lado,
Encostar distraidamente em teu corpo
Arrepiando na textura da tua pele
Aspirando lentamente teu cheiro bom
Inebriada até desfalecer
Ressucita-me com a força dos teus lábios
Despejando teus desejos em minha boca
Meu corpo queimando nas mínimas curvas
Espasmos, suspiros, gemidos e leves tremores
Tomando conta da alma
Explodindo vida na Mulher e fêmea antes adormecida
Segure com toda tua força, com teu corpo, mãos, unhas e dentes

Não permita que o prazer vá embora
Preencha, controlando
Medo, desejo, respiração e movimento
Sou cativa
Realizo-me neste prazer
Reafirma a tua liberdade
Dono do meu Ser

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Missão de Amar.

Por muito tempo tenho buscado um mergulho interior
Sonhando com a possível reintegração com o meu verdadeiro "Ser"
Tocar o "Eu" de atributos e qualidades inatas... Se existirem, e sejam quais forem.

Hoje me movo com o objetivo de aprendizado e fortalecimento
Procuro um relacionamento comigo mesmo e com tudo que me cerca,
Tanto tempo tenho negado...
Na minha caminhada até aqui, aceitei uma moldura padronizada
Hoje já não combina mais...
Ficou com a mulher que quero deixar enterrada.

Todas as formas de superar os meus limites serão válidas
Se eu puder aprimorar a determinação e a coragem,
Buscar o reencontro com minha essência plena e indissolúvel...

Por isso quero expandir essa energia,
Realizar mais um propósito para a vida...

Quero amar sem limites
Continuar a ser a mesma menina curiosa que quer aprender e fazer tudo correto
Mostrar que se há confiança, não há medo de nada
Quero o direito de amar e servir
Esta é a minha natureza.

Minha docilidade e carinho não são fraquezas que carrego
São parte da beleza interior de que as mulheres são dotadas
Talvez para ser feliz, fazer feliz.

Se há uma missão que possa ser satisfatória...
Quero assumir a minha
Se for para proporcionar a alegria, o prazer e o amor...

A minha missão esta apenas começando...